
HISTÓRIA

-ANGRA DO HEROÍSMO-
Antiquário Açoriano
A Casa do Capitão
Casa dos Capitães Donatários
Casa dos Corte-Reais
Paço Real de D. António Prior do Crato

Imóvel localizado na Rua do Marquês, designado por Casa dos Capitães Donatários, Casa dos Corte-Reais ou Paço real de D. António Prior do Crato, classificado como Monumento Nacional.
É um notável edifício histórico, que remonta aos primitivos tempos do povoamento da ilha Terceira. A primeira edificação data do século XV. O alpendrado da porta principal e uma parte das paredes voltadas a sul serão de fins do século XV ou primeiro quartel do século XVI, conclusão que resulta de se encontrarem originalmente encimadas por ameias. O Edifício apresenta ainda alterações e acrescentos introduzidos nos séculos XVII, XVIII, bem como mais recentemente.
uma casa com história
Em 1460 Álvaro Martins Homem estabeleceu-se inicialmente neste local da Rua do Marquês, edificando o seu Solar. Mais tarde, no ano de 1474, com a atribuição da Capitania a João Vaz Corte-Real, este toma posse dos paços de Álvaro Martins Homem, concluindo a sua construção.

Álvaro Martins Homem
(? — 1482)
Foi um explorador português do século XV, segundo capitão do donatário da ilha Terceira. Foi o fundador da vila de Angra, actual cidade de Angra do Heroísmo.
Navegador, terá viajado extensamente pelo Oceano Atlântico e acompanhado João Vaz Corte-Real numa expedição conjunta com escandinavos às costas da Gronelândia e da Terra Nova ou Terra do Bacalhau, antes de 1472 ou 1473.
Júlio Verne faz referência à moradia de Corte-Real (vide “A Descoberta da Terra, II Volume) da seguinte forma: “Estabelecido na Terceira, Vaz Corte-Real mandara construir para si, desde 1490 a 1497, na cidade de Angra, um bello palácio em que habitava com os seus três filhos. João Vaz Corte-Real era filho de Vasco Annes da Costa, que recebêra do Rei de Portugal o apelido Corte Real por causa da magnificência da sua casa e da sua comitiva.”



João Vaz Corte-Real (c. 1420 em Faro † 1496 em Angra do Heroísmo)
Era um navegador português do século XV ligado ao descobrimento da Terra Nova. Foi enviado em 1473 do rei Afonso de Portugal a Dinamarca, para participar numa expedição, encabeçada do navegador alemão Didrik Pining, para estabelecer e renovar antigas ligações da Dinamarca com Gronelândia. Corte-Real organizou ainda outras viagens que o terão levado até à costa da América do Norte, explorando desde as margens do Rio Hudson e São Lourenço até ao Canadá e Península do Labrador. Se for verdade, Corte-Real teria desembarcado cerca de dezanove anos antes de Colombo nas costas da América do Norte.Em 1474 foi nomeado capitão-donatário de Angra e a partir de 1483, também da Ilha de S. Jorge. Os seus três filhos, todos navegadores audaciosos, Gaspar Corte-Real, Miguel Corte-Real e Vasco Anes Corte-Real, continuaram o espírito de aventura de seu pai tendo os dois primeiros desaparecido depois de expedições marítimas, em 1501 e 1502 respectivamente. Vasco Anes quis ir em busca de seus irmãos mas o Rei não lhe concedeu autorização, tendo sucedido a seu pai como Capitão-Donatário.

António I de Portugal
(Lisboa, 1531 – Paris, 26 de Agosto de 1595)
Mais conhecido pelo cognome de o Prior do Crato (e, mais raramente, como o Determinado, o Lutador ou o Independentista, pela ênfase posta no recobro da independência de Portugal), era filho legitimado do Infante D. Luís e neto de D. Manuel I, tendo sido um dos candidatos ao trono português durante a crise sucessória de 1580. Segundo alguns historiadores, foi aclamado rei de Portugal e reinou efectivamente, em 1580, durante um curto espaço de tempo no continente, ficando, desde então e até 1583, a sua autoridade confinada a algumas ilhas dos Açores. Não consta, no ensino escolar, da lista de reis de Portugal, e em geral a historiografia, quer em Portugal, quer a nível internacional, caracteriza-o apenas como um pretendente na luta pelo trono.
Segundo Baptista de Lima, na Casa dos Capitães Donatários se evem ter feito os projetos de muitas das embarcações construídas na Ribeira de Angra, quer para as viagens de descobrimento, quer para fins meramente comerciais. No referido imóvel terão reunido pilotos, cartógrafos e mareantes para trocarem conhecimentos dos ventos, correntes e clima do Atlântico Norte. Poderão também ter sido estudados alguns dos novos rumos que levariam os Portugueses à descoberta do Norte e representadas, nas cartas de marear, as novas terras descobertas: Sul da Gronelândia; as costas do Labrador e da Terra Nova e a Baía de São Lourenço.


Mapa de Angra do Heroísmo de Linschoten
("A Cidade de Angra na Ilha de Iesu Xpo da Terceira Que Esta em 30 Graos")
Jan Huygen van Linschoten, por (Haarlem, 1563 – Enkhuizen, 8 de Fevereiro de 1611)
Foi um mercador e explorador neerlandês que viajou extensamente pelas zonas de influência portuguesa na Ásia. Convivendo intimamente com mercadores e navegadores portugueses, Linschoten terá copiado mapas e obtido outras informações sobre a navegação e práticas mercantis daquela nação na Ásia, que permitiram a entrada dos seus compatriotas nas então denominadas Índias Orientais e, na senda destes, dos ingleses. O interesse despertado nos Países Baixos e na Inglaterra pelas informações de viajantes como Linschoten e Cornelis de Houtman, esteve na origem do movimento de expansão comercial para a Índia e sueste asiático que levou à fundação da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais e daCompanhia Britânica das Índias Orientais..